Grande Barreira de Corais teve maior declínio da história em 2024

Partes da Grande Barreira de Corais da Austrália, famosa pelas cores vibrantes e pela biodiversidade, sofreram em 2024 o maior declínio já registrado na história, após uma onda de calor marinha ter branqueado diversas faixas de corais, segundo um novo relatório.

Em 2024, quando o mundo passou por um raro evento global de branqueamento em massa de corais, o recife registrou seu pior verão. O aumento da temperatura da água, combinado com o fenômeno climático El Niño, gerou estresse nos corais e levou-os a perder a cor.

Uma análise oficial divulgada na quinta-feira (6) mostra que a Grande Barreira de Corais perdeu entre um quarto e um terço da cobertura de corais duros em três regiões principais, de acordo com o AIMS (Instituto Australiano de Ciências Marinhas).

Em algumas áreas, os recifes perderam até 70% de corais vivos.

O branqueamento em massa de 2024 “teve o maior impacto já registrado na (Grande Barreira de Corais)”, concluiu o relatório. “Os declínios no norte e no sul foram os maiores em um único ano desde o início do monitoramento, há 39 anos.”

Perda massiva de corais

A CNN verificou o branqueamento generalizado em visitas à Grande Barreira de Corais em 2024 – e ao Recife de Ningaloo, na costa oeste da Austrália, em 2025. Na época, um cientista descreveu a devastação como “incêndios florestais subaquáticos”.

A perda massiva no ecossistema de 2.300 quilômetros é especialmente desanimadora após um crescimento significativo nos últimos anos, com alguns corais haviam ajudado o recife a se recuperar do branqueamento anterior.

Mas esses corais “eram conhecidos por serem extremamente vulneráveis e era uma questão de tempo até perderem esses ganhos”, disse o relatório. Esses temores se concretizaram no ano passado, com os corais de crescimento rápido entre os mais impactados.

“Isso levanta a perspectiva de que a Grande Barreira de Corais pode chegar a um ponto em que não vai se recuperar”, alertou o relatório.

Devastação marinha

Com quase 345.000 quilômetros quadrados, a Grande Barreira de Corais é o maior recife com esses animais do mundo, lar de mais de 1.500 espécies de peixes e 411 espécies de corais duros.

A região contribui com bilhões de dólares para a economia australiana a cada ano, principalmente por meio do turismo, e é amplamente promovida para visitantes estrangeiros como uma das maiores maravilhas naturais do país – e do mundo.

Mas ativistas e cientistas alertam têm alertado na última década que o futuro do recife está em risco.

O branqueamento em massa na Grande Barreira de Corais já havia sido observado em 1998, 2002, 2016, 2017, 2020 e 2022. Os corais podem se recuperar do branqueamento se as temperaturas voltarem ao normal, mas morrem se a água permanecer mais quente do que o normal.

As temperaturas da água aumentaram novamente no início deste ano durante o verão australiano, atingindo o pico em março e causando ainda mais branqueamento — embora seus impactos ainda não tenham sido totalmente medidos e não tenham sido incluídos neste relatório.

Os oceanos agora armazenam 90% do excesso de calor do aquecimento global —  registrando recordes de temperatura consecutivos nos últimos oito anos.

Medidas para proteção dos recifes

A destruição dos ecossistemas marinhos representaria uma sentença de morte para cerca de um quarto de todas as espécies que dependem dos recifes para sobreviver, alertam cientistas. Os recifes também fornecem proteção vital para o litoral, reduzindo o impacto de inundações, ciclones e elevação do nível do mar.

O branqueamento é “um chamado à ação”, afirmou o Conselho de Conservação de Queensland, uma organização sem fins lucrativos, na quarta-feira (6), após a divulgação do relatório.

O conselho, órgão máximo de dezenas de grupos ambientais de Queensland, pediu aos líderes estaduais e nacionais que reduzam as emissões e fechem as usinas de energia a carvão.

A Austrália está em transição para energias renováveis, assim como outras nações desenvolvidas, mas os críticos dizem que isso não está acontecendo com a rapidez necessária.

“É improvável que os recifes de corais do futuro se pareçam com os do passado. A perda de biodiversidade parece inevitável”, diz o relatório, que pede mais pesquisas sobre adaptação e proteção dos recifes enquanto o mundo trabalha para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br

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