O ex-presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse em evento na capital paulista nesta terça-feira (23) que os governos ao redor do mundo “não vêm tratando bem suas moedas nos últimos anos”.
O economista destacou especialmente o descontrole da dívida mundo afora.
“Não dá para dizer que os governos estão tratando bem suas moedas nos últimos anos. As dívidas estão muito elevadas. Há uma dificuldade de fazer as dívidas convergirem, inclusive nos Estados Unidos”, disse durante o DAC (Digital Assets Conference).
A maior parte do painel, que contou com Campos Neto e o chairman do Mercado Bitcoin, Roberto Dagnoni, girou em torno de ativos digitais. Em um dos destaques de sua fala, o ex-BC afirmou que a tokenização de ativos do mundo real não está acontecendo “tão rápido quanto pensava”.
A conversa teve como foco especialmente a regulação para esta indústria. Sobre o ambiente dos Estados Unidos, Campos citou o “Genius Act”, primeira grande legislação federal americana que regula stablecoins, mas disse que o país precisa de uma norma para infraestrutura.
Também presente no painel, Dagnoni concedeu entrevista à CNN pouco antes do evento. O executivo disse que o setor de ativos digitais espera que nos próximos seis meses haja uma “onda de regulação” que irá impulsionar essa indústria no Brasil.
São esperadas, em resumo, três normas:
- A regulação de PSAV (Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais), pelo BC (Banco Central)
- A regulação de tokenização de ativos do mundo real, pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
- A regulação de stablecoins, também pelo BC
Sobre o momento atual dos ativos digitais, Dagnoni destacou que o Bitcoin — que representa cerca de 60% do mercado de criptomoedas — está próximo de sua máxima história. Isso, num momento de turbulência internacional, com tarifas e guerras mundo afora, indica.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br