O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse que o Comitê de Política Monetária não pode se “emocionar” com base em um único dado da economia brasileira e mudar o patamar da taxa básica de juros imediatamente. Ele participou do evento Itaú BBA Macro Vision nesta segunda-feira (29).
No segundo trimestre, a economia brasileira cresceu 0,4%, uma desaceleração em relação ao primeiro trimestre, quando a economia avançou 1,3% (após revisão), com impulso do agronegócio.
“É importante que o BC siga sem se emocionar a querer agir imediatamente, a partir de um dado isolado. É um processo de ganhar tempo para reunir as informações”, afirmou.
Segundo Galípolo, o BC está observando uma “convergência lenta” da inflação para meta. O presidente atrelou a “velocidade” à resiliência da economia brasileira, que segue crescendo com o menor índice de desemprego da série histórica.
A meta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – que mede a inflação oficial do país – é de 3% com intervalo de tolerância de até 4,5%. O BC projeta que a probabilidade da inflação estourar a meta em 2025 é de 71%.
Para fazer a inflação convergir para a meta, o BC aumenta a taxa básica de juros. A Selic está em 15%, maior patamar desde 2006.
“Você vai dosar o remédio em função do indicador que você está olhando. O indicador que estamos olhando é a meta de 3%. Nós estamos assistindo uma convergência lenta para esses 3%, em função dessa resiliência da economia”, diz Galípolo.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br