O Hamas declarou que não abandonará a luta armada sem o reconhecimento do Estado palestino, conforme análise do pesquisador de Harvard e professor da UFF, Vitelio Brustolin, em entrevista ao Live CNN. Esta posição surge em meio às negociações de cessar-fogo com Israel.
Desde o início do conflito, dois cessar-fogos foram estabelecidos — um em novembro de 2023 e outro recentemente — ambos marcados por violações de ambas as partes. Brustolin avalia que o plano atual também apresenta um cenário complexo: “Este plano nem era para ter fases, ele tem 20 tópicos. Mas, por causa da dificuldade de negociação, se chegou a esta solução. Todos nós vemos isso como uma corrida de obstáculo”.
Desafios para a paz
Embora o Hamas tenha concordado em entregar o poder a um grupo de tecnocratas, supervisionados por um conselho de paz, a questão do desarmamento permanece como um obstáculo significativo. Esta resistência pode ser utilizada como argumento para manter a presença militar israelense em Gaza, já que um dos objetivos declarados da operação era neutralizar a capacidade ofensiva do grupo.
“Também tem um mandado de prisão no Tribunal Penal Internacional contra o Netanyahu, então ele não quer, evidentemente, sair do poder”, avalia Brustolin, citando as eleições israelenses previstas para outubro de 2026.
A Autoridade Palestina também se comprometeu a implementar reformas internas, respondendo a acusações de ineficiência e corrupção, como parte dos esforços para assumir o governo de Gaza. No entanto, a complexidade das negociações e as posições irredutíveis de ambos os lados sugerem um longo caminho até uma solução definitiva para o conflito.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br