Prefeitura de Óbidos decreta situação de emergência na educação para recuperar prejuízos causados pela pandemia da Covid-19.

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Documento foi assinado durante evento de lançamento de livros didáticos de Ensinos Amazônicos realizado nesta quinta-feira, 16.

Com o objetivo de diminuir a evasão escolar e retomar a qualidade no ensino da rede municipal, a Prefeitura de Óbidos decretou, a partir desta quinta-feira (16), situação de emergência na educação. O documento que prevê a medida foi assinado durante a programação de lançamento dos livros didáticos de Estudos Amazônicos, realizada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), no campus do Instituto Federal do Pará (IFPA).

“O período da pandemia trouxe muitos prejuízos para a educação, e entendemos que o decreto é importante porque prioriza, de forma emergencial, o currículo dos alunos para que eles possam recuperar o tempo perdido. O decreto estipula metas, as formas que faremos para buscar os alunos, e tantas outras condicionantes. Estamos em busca de uma educação de qualidade, e o decreto é uma demonstração clara da nossa preocupação”, ressaltou o prefeito Jaime Silva.

O documento se fez necessário devido ao elevado índice de evasão escolar registrado no período da pandemia da Covid-19, somado a queda na qualidade do ensino ofertado, o que refletiu nas notas baixas obtidas por Óbidos no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica).

Durante o período da pandemia as atividades escolares foram suspensas, os alunos ficaram afastados das escolas e quando as aulas foram retomadas de forma gradual, os estudantes apresentaram dificuldades.

“A gestão está sendo inteligente e sensível em decretar situação de emergência para a educação municipal, pois está enxergando que mesmo o período pandêmico tendo cessado, ele ainda está presente em vários prejuízos sociais deixados por ele. O prefeito está sendo pioneiro no Pará e muito provavelmente no Brasil, em decretar situação emergencial na educação por conta das consequências deixadas pela pandemia”, ressalta Luiz Airoza, consultor técnico da Semed.

A nota técnica elaborada pela Semed, que dá subsídios ao decreto de situação emergencial, aponta que ao comparar o número de alunos matriculados no ano letivo de 2019 (anterior à pandemia), com o de 2022 (período posterior à pandemia), o déficit e de 2.600 alunos, o que representa um prejuízo social enorme; o documento identifica ainda que passar dois anos longe da escola causa um grande efeito no aprendizado dos estudantes, e também na qualidade de ensino dos professores.

O decreto de estado de emergência na educação de Óbidos deve durar até que os índices que medem o desempenho da educação básica sejam satisfatórios.

Lançamento de livros didáticos

Desde a implantação da disciplina Estudos Amazônicos na rede municipal de ensino de Óbidos, alunos e professores ainda não tinham tido acesso a livros didáticos. Essa realidade começou a mudar nesta quinta-feira (16) com a apresentação do acervo pedagógico na programação realizada pela Semed, no IFPA.

Na oportunidade, foram apresentados os livros intitulados “As Marcas da Amazônia Antiga”, “Os Povos da Amazônia Antiga”, “Os Povos da Amazônia Colonial” e “Amazônia, Sociedade e Natureza no Século XIX e início do XX”, que serão usados por alunos do 6º, 7º, 8º e 9º ano do Ensino Fundamental.

Segundo Maria Zilda Sousa, titular da Semed, quando o componente curricular foi criado não houve uma preocupação em oferecer recursos didáticos para os professores.

“Essa visão da melhoria e do aprofundamento em Estudos Amazônicos nós conseguimos através de uma editora, que nos ofereceu esses livros, que são de boa qualidade e bastante voltados para a nossa região. Houve uma análise, uma pesquisa, para aquisição dessa ferramenta que vai possibilitar um ensino de qualidade aos alunos”, disse a secretária.

Para o prefeito Jaime Silva, a aquisição dos livros representa a oportunidade de mostrar aos estudantes não só a teoria, mas também a parte cultural e os costumes da vida na Amazônia.

“Esses livros vêm coroar e chamar atenção para essa nossa região, chega de ter que usar livros comprados e enviados pelo Governo Federal que não tem a ver com a nossa realidade. Nós precisamos estudar as nossas origens, as nossas tradições, para poder projetar o futuro, essa nova geração tem que ser uma sociedade que respeita a floresta, a nossa gente e a nossa cultura”, pontua Jaime.

Como parte da programação do evento, uma formação continuada está sendo ofertada a professores que ministram as disciplinas Estudos Amazônicos, Geografia e História, com o intuito de proporcionar mais qualidade no ensino.

A programação continua na sexta-feira (17), quando serão ministradas as duas últimas etapas da formação.

Por:
Érique Figueirêdo/ ASCOM-PMO
Fotos:
Divulgação/ Odirlei Santos/ ASCOM-PMO

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