A Ucrânia enfrenta apagões generalizados depois que a Rússia lançou um grande ataque aéreo durante a madrugada em todo o país, matando pelo menos duas pessoas, segundo as autoridades ucranianas.
Nove regiões da Ucrânia foram atacadas, de acordo com o presidente Volodymyr Zelensky, sendo que a ofensiva mais recente ocorreu enquanto grande parte da população dormia.
A empresa estatal de energia Centrenergo descreveu a ofensiva como “o ataque mais massivo contra nossas usinas termelétricas desde o início da invasão em larga escala.”
Os ataques russos ocorreram enquanto as temperaturas caíam para valores de um dígito em graus Celsius em várias partes da Ucrânia.
“O inimigo está mais uma vez lançando ataques massivos contra a infraestrutura energética da Ucrânia”, disse a ministra da Energia, Svitlana Grynchuk.
Ela acrescentou que cortes emergenciais de energia foram implementados em várias regiões e seriam cancelados assim que o sistema elétrico se estabilizasse. Moradores de Kiev enfrentam longos cortes de energia durante o fim de semana, de acordo com cronogramas divulgados pelas companhias de energia.
Duas pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas após um ataque de drone atingir um prédio residencial de nove andares na cidade de Dnipro, no centro da Ucrânia. Um vídeo registrou o momento em que o drone atingiu o edifício durante a escuridão.
“Não há nada aqui, apenas prédios comuns”, disse uma mulher que se identificou como Maia.
“Não sei como sobrevivi, porque todos os estilhaços caíram na cama onde eu estava dormindo”, disse Larysa, outra moradora do prédio.
“Nós nos reunimos rapidamente e começamos a descer as escadas. As pessoas gritavam. Já era possível ouvir gritos vindo da rua”, acrescentou.
No total, dez pessoas foram mortas em ataques russos nas últimas 24 horas, de acordo com o Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia, e quase 50 ficaram feridas.
Dos 45 mísseis lançados pela Rússia, alguns dos quais eram armas balísticas, a força aérea ucraniana afirmou que apenas nove foram interceptados. Cerca de 450 drones também foram lançados.
“26 mísseis e 52 UAVs de ataque [drones] foram registrados atingindo 25 locais”, disse a força aérea, com muitos dos ataques ocorrendo nas regiões centrais de Poltava e Dnipropetrovsk, além de Kiev.
“É extremamente difícil combater mísseis balísticos e aerobalísticos”, disse Zelensky em seu discurso diário no sábado (8). “Apenas alguns sistemas no mundo são capazes de interceptar esses mísseis de forma eficaz – e, para proteger todo o nosso território, precisamos de muito mais desses sistemas e de muitos mais mísseis para operá-los.”
O presidente ucraniano afirmou que Kiev está trabalhando com os EUA para adquirir mais sistemas Patriot, um sistema de defesa aérea que se mostrou eficaz na interceptação de mísseis russos.
A Ucrânia solicitou mais ajuda aos aliados para reforçar suas defesas aéreas, assim como mísseis de maior alcance para atacar instalações russas de energia e militares. O pedido de mísseis Tomahawk aos EUA foi negado pelo presidente Donald Trump no mês passado.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os ataques ocorreram em resposta a ofensivas ucranianas, incluindo mísseis balísticos e outras armas, visando “empresas do complexo militar-industrial ucraniano e instalações de gás e energia da Ucrânia que apoiavam suas operações”.
Os ataques frequentes à infraestrutura de energia causaram sérios danos à produção de gás na Ucrânia e provocaram apagões generalizados em todo o país. Autoridades ucranianas afirmaram que terão que recorrer à importação cara de gás europeu para compensar a falta de abastecimento.
“Apesar dos planos do inimigo, a Ucrânia terá luz e aquecimento neste inverno”, disse a ministra da Energia, Grynchuk.
Nos últimos meses, os militares e serviços de segurança ucranianos também intensificaram os ataques com drones e mísseis contra refinarias russas e outras infraestruturas, como oleodutos e estações de bombeamento.
No sábado, drones ucranianos realizaram o que um funcionário russo descreveu como um “ataque massivo” a instalações de energia na região de Volgogrado, alvo frequente da Ucrânia.
Uma subestação foi atingida, segundo Andrey Bocharov, governador regional, que informou que a energia foi restabelecida algumas horas após o ataque.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br



















