Conforme explicaram os especialistas Fábio Fernandes, diretor do grupo de Miocardiopatias do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), e Otávio Rizzi Filho, professor de cardiologia da Universidade de Campinas (Unicamp), durante o CNN Sinais Vitais, a miocardiopatia hipertrófica, caracterizada pelo espessamento anormal do músculo cardíaco, apresenta diferentes manifestações clínicas e níveis de gravidade.
Os especialistas destacam que, embora a maioria dos casos seja benigna, a doença requer atenção devido aos seus potenciais riscos.
De acordo com dados apresentados, cerca de 46% dos pacientes são assintomáticos e apresentam uma evolução favorável. No entanto, aproximadamente 48% desenvolvem sinais e sintomas de insuficiência cardíaca, incluindo falta de ar, dificuldade para respirar ao deitar-se (ortopneia) e edema.
Manifestações e Complicações
Uma parcela significativa dos pacientes, cerca de 17%, pode desenvolver arritmias, especialmente fibrilação atrial. Esta condição é particularmente preocupante devido ao risco de formação de coágulos que podem resultar em acidentes vasculares cerebrais. Além disso, alguns pacientes podem experimentar dor devido à hipertrofia desproporcional à reserva coronariana.
A tríade principal de sintomas inclui palpitações, insuficiência cardíaca e dor precordial. Embora a morte súbita seja uma preocupação, ela ocorre em uma minoria dos casos. Fatores de risco para morte súbita incluem espessura do músculo cardíaco superior a 25-30 milímetros, presença de arritmias detectadas no Holter, histórico familiar de morte súbita ou episódios de desmaio.
Diagnóstico e Avaliação
A ressonância cardíaca é um método de imagem importante para avaliar a presença de fibrose no coração. Esta condição pode surgir devido ao funcionamento descoordenado das fibras musculares cardíacas, comparável a “remadores desalinhados”, resultando em suprimento sanguíneo insuficiente e possível gatilho para arritmias que aumentam o risco de morte súbita.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br