Salão do Automóvel: BYD lança SUVs e projeta liderança no Brasil até 2030

A BYD participa pela primeira vez do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo e utiliza o evento como vitrine estratégica para reforçar sua posição no mercado brasileiro de veículos eletrificados. A empresa chinesa superou 180 mil unidades eletrificadas comercializadas no país em pouco mais de três anos e agora mira planos mais altos. O objetivo é chegar à liderança do mercado nacional até 2030.

Antes disso, em 2028, a estratégia é estar entre as três maiores montadora do Brasil, conforme antecipa Pablo Toledo, diretor de Branding e Comunicação da BYD (confira entrevista logo abaixo). Para isso, a empresa aposta na plena operação da fábrica de Camaçari (BA).

De forma atrasada e sujeito à multa, a BYD apresentou no salão o BYD Atto 8, SUV híbrido plug-in de sete lugares. Além disso, a empresa confirmou os preços da divisão premium Denza, voltada a veículos de luxo eletrificados.

O Atto 8 será o primeiro modelo no Brasil equipado com a plataforma DM-P (Dual Mode Performance), sistema híbrido que combina motor a combustão e propulsão elétrica de alta capacidade. O SUV mede 5,04 metros de comprimento e 2,95 m de entre-eixos, oferecendo configuração interna para até sete ocupantes e porta-malas variável entre 270 e 1.960 litros.

O conjunto mecânico atinge potência combinada de 488 cv, aceleração de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos e velocidade máxima limitada a 200 km/h. A segurança inclui suspensão eletrônica DiSus-C e pacote completo de assistências ao motorista (ADAS 2), além de nove airbags.

O interior do Atto 8 apresenta foco na integração digital, com multimídia de 15,6” compatível com comandos de voz, som premium com 21 alto-falantes e recursos de conforto como bancos com aquecimento e massagem. Com foco em eficiência energética, desempenho e capacidade familiar, o modelo amplia o portfólio da BYD no segmento de SUVs eletrificados no Brasil.

Denza

Paralelamente ao lançamento do Atto 8, a BYD oficializou a entrada da marca Denza, fundada originalmente em 2010 em parceria com a Mercedes-Benz e hoje operada integralmente pela fabricante chinesa. O primeiro produto a ser vendido no país será o Denza B5, SUV híbrido off-road posicionado no segmento premium, lançado por R$ 436 mil.

A marca também antecipou os preços dos próximos produtos: a perua esportiva Z9 GT, prevista para 2026, custará R$ 650 mil; já a van executiva D9 será lançada por R$ 800 mil no segundo semestre do mesmo ano.

A Denza terá operação própria no Brasil, com equipe dedicada e rede exclusiva de revendas. A primeira concessionária será inaugurada na Avenida Europa, em São Paulo, sob comando do Grupo Dahruj. A empresa também avalia a futura produção local na fábrica da BYD em Camaçari (BA), o que pode melhorar os preços a médio prazo.

Veja a entrevista com Pablo Toledo:

CNN Brasil: Qual que é o posicionamento da Denza aqui para o Brasil?

“A BYD está com uma operação madura aqui no Brasil. Chegamos a 100 mil carros puramente elétricos emplacados. Então, a gente traz a nossa segunda marca, a Denza, que nasceu de um casamento da BYD com a Mercedes, tecnologia chinesa e design alemão. Ela vem com  posicionamento de que é a tecnologia que guia a nova elegância. A gente entra no mercado luxo e para competir com as marcas tradicionais, tendo como grande valor a tecnologia.”

O que a BYD destaca neste Salão do Automóvel?

“A fábrica iniciando a operação em Camaçari coloca a BYD num novo patamar. A gente começa com a operação do BYD Dolphin Mini, BYD King, BYD Song Pro e os modelos GL, com a possibilidade de entrar com muita força no segmento de vendas direta. O consumidor não precisa ter funcionários ou uma grande empresa; se ele tem um CNPJ, já consegue esses três carros num valor abaixo do preço de mercado. Então isso  joga a gente para um volume de vendas maior.”

Neste Salão do Automóvel estamos vendo uma entrada de novas marcas chinesas. Como você vê esse movimento? Vai ter espaço para todo mundo? Como é que a BYD vai se posicionar?

“Tem que falar isso com muito cuidado para não parecer agressivo mas, humildemente, a gente mira para cima. Eu respondo pela BYD, então a gente está focado em estar no top 3 até 2028 e liderando até 2030. Muito focado na produção a partir de Camaçari, entrando firme em venda direta com Dolphin Mini, Song Pro e King, aumentando o portfólio ali em dois, três modelos para atingir essa meta de liderar até 2030, oferecendo ao consumidor brasileiro carro acessível, mas com muita tecnologia.”