Schwartsman: Governo não corta gastos e promove expansão fiscal persistente

O ex-diretor do BC (Banco Central) Alexandre Schwartsman disse em entrevista ao CNN Money nesta terça-feira (21) que o governo federal não promoveu os cortes de gastos prometidos no final do ano passado. Para o economista, “a expansão das despesas é persistente”.

“Vamos falar a verdade: não teve corte nenhum. O gasto segue aumentando. A gente não viu nenhuma implementação daquele famoso pacote de novembro. O governo prometia mundos e fundos em controle de gastos, e o que a gente vê é o contrário: é uma expansão persistente”, disse.

No final de 2024, o governo federal enviou um pacote para corte de gastos ao Congresso Nacional, que incluía uma PEC (proposta de emenda à Constituição), um PLP (projeto de lei complementar) e um PL (projeto de lei).

Entre outras medidas, os textos previam apertar regras para concessão de benefícios sociais, ajustar o método de correção do salário mínimo e mexer nos chamados supersalários dos funcionários públicos e na aposentadoria de militares.

Para Schwartsman, o pacote tentava corrigir distorções criadas “por iniciativa do próprio governo Lula”. Foi na gestão atual, por exemplo, que o salário mínimo voltou a crescer acima da inflação e puxar para cima benefícios sociais.

Na entrevista, o ex-diretor do BC comentou levantamento, feito por ele mesmo com dados do Tesouro Nacional, que mostra que entre 2010 e 2025, o gasto público do Brasil em relação ao PIB (produto interno bruto) passou de 40,9% para 47,2%.

Um dos fatores que puxam este movimento é o gasto com benefícios sociais: 12,3% do PIB em 2010, hoje essas despesas representam 15,6% do PIB.

Alexandre Schwartsman afirmou que os principais reflexos deste movimento são a elevação da dívida pública do país — hoje em 77,5% do PIB e em trajetória crescente — e a alta das taxas de juros — atualmente em 15% ao ano.

As despesas com o pagamento e rolagem de dívidas também aumentaram: o gasto com juros saiu de 7,1% do PIB para 8,9% do PIB. Já a remuneração de empregados do setor público evoluiu de 10,7% para 10,8%.

“Em primeiro lugar há um impacto na evolução do endividamento. Dado o limite que a sociedade aceita de pagar em carga tributária, o gasto crescente leva a déficits e, portanto, à dívida crescente”, afirmou.

“Leva também a taxas de juros mais elevadas, seja pelo efeito sobre a demanda, seja pelo aumento do risco fiscal”, completou.

Por outro lado, a expansão desses gastos — que são em grande medida obrigatórios — engessaram o orçamento e tiraram espaço para os investimentos, segundo o levantamento. Os investimentos antes representavam 2,8% do PIB e hoje são 2%.

Confira abaixo as principais mudanças no perfil do gasto:

  • Benefícios sociais: 12,3% para 15,6%
  • Juros: 7,1 para 8,9%
  • Uso de bens e serviços: 5,3% para 5,7%
  • Remuneração de empregados: 10,7% para 10,8%
  • Investimento: 2,8% para 2%

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br

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