Nos últimos tempos, um procedimento tem sido cada vez mais citado por personalidades: o transplante capilar. Nesta quinta-feira (27), foi a vez da apresentadora Xuxa, 62, revelar que procurou o tratamento após ser diagnosticada com alopecia androgenética.
Isabela Dupin, dermatologista e membro da SBD-RESP (Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo), explica um pouco do procedimento para tratar áreas com falhas ou calvície.
O transplante capilar “consiste em retirar fios de cabelo de uma região do corpo onde os fios são mais resistentes à queda— geralmente a parte de trás ou as laterais da cabeça — e transplantá-los para as áreas com pouca densidade capilar”.
Isso porque, esses fios mantêm as características da região de origem, e continuam crescendo normalmente após o transplante, o que garante um resultado duradouro e natural.
Como é o procedimento
Durante um transplante capilar, o profissional de saúde retira enxertos, ou pequenos pedaços de pele, de áreas do corpo que contêm cabelo saudável, o que é chamado na Medicina como área doadora.
O mais comum é que essa área fique na parte de trás do seu couro cabeludo, onde o cabelo tende a ser mais grosso. O profissional de saúde move os enxertos para partes sem cabelo do couro cabeludo. Após a pele transplantada cicatrizar, o cabelo começa a crescer.
Diferença para o implante capilar
Segundo Isabela Dupin, “a principal diferença está na origem dos fios utilizados no procedimento. No transplante capilar, são usados os próprios cabelos do paciente, retirados de uma área doadora saudável. Isso torna o método mais seguro, natural e com baixo risco de rejeição, sendo a técnica mais indicada atualmente”.
“Já o termo implante capilar é frequentemente usado de forma comercial como sinônimo de transplante. No entanto, em alguns casos, pode se referir ao uso de fios artificiais, que apresenta maiores riscos de rejeição, infecção e resultados insatisfatórios”, completa.
Indicações
A especialista explica que o procedimento médico é indicado principalmente em casos como o de Xuxa, de alopecia androgenética, que também é a forma mais comum de calvície em homens.
Há outros casos em que o transplante capilar também é indicado como “em caso de região frontal longa (implantação capilar alta), cicatrizes no couro cabeludo que impedem o crescimento de fios, ou perdas definitivas por traumas ou queimaduras”.
“Pode-se também realizar transplante de sobrancelha e barba. Para o sucesso do transplante, é importante que o paciente ainda tenha uma área doadora saudável com boa quantidade de fios”, acrescenta Dupin.
Como é o pós-operatório
A especialista explica que o procedimento recupera as áreas calvas, mas não impede que os fios ao redor continuem sujeitos à rarefação progressiva.
“Por isso, é fundamental manter o tratamento clínico e o acompanhamento médico após o transplante. Existe um caso específico em que não há necessidade de tratamento medicamentoso antes e pós o transplante capilar, quando a indicação é para rebaixamento de linha capilar (testa longa). Neste caso o tratamento cirúrgico sozinho é capaz de resolver a queixa do paciente”, declara.
A dermatologista revela que os cuidados no pós incluem o uso de medicamentos como finasterida ou minoxidil, quando recomendados pelo médico, além de suplementação nutricional, caso haja deficiências.
“Também é importante adotar cuidados locais com o couro cabeludo nas primeiras semanas, fazer a lavagem de forma delicada e evitar exposição ao sol ou esforço físico nos primeiros dias. Na maioria dos casos, a recuperação é tranquila, e os resultados começam a aparecer de forma mais evidente entre 6 e 12 meses após o procedimento”.
Cuidados pré-operatórios
Dentre os cuidados pré-operatórios de um transplante capilar estão evitar esforço físico cinco dias antes do procedimento, evitar álcool e cafeína três dias antes e antiinflamatórios dez dias antes.
Outros cuidados incluem manter o couro cabeludo limpo e proteger o couro cabeludo do sol dias antes da cirurgia.