Trump assina ordem executiva para enviar agentes federais à Memphis

O presidente Donald Trump assinou uma ação executiva na segunda (15) para estabelecer uma “força-tarefa de segurança de Memphis”, com o objetivo de liderar uma repressão ao crime na cidade do Tennessee.

A medida espelha o esforço intensificado de aplicação da lei que o governo federal supervisionou em Washington, DC. Trump disse que, após Memphis, planeja enviar uma força-tarefa federal semelhante para Chicago.

“É muito importante por causa do crime que está acontecendo, não apenas em Memphis, mas em muitas cidades,” disse Trump do Salão Oval, onde assinou um memorando presidencial criando a força-tarefa. “A força-tarefa será uma réplica dos nossos esforços extraordinariamente bem-sucedidos aqui, e vocês verão que será muito parecido.”

A Guarda Nacional e agentes de várias agências federais serão enviados a Memphis, incluindo o FBI, ATF (Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos), DEA (agência de repressão às drogas), ICE (agência de imigração) e o Departamento de Segurança Interna, disse Trump.

Em entrevista à CNN, o prefeito de Memphis, Paul Young, disse no sábado (13) que não estava “feliz” com a chegada da Guarda Nacional, mas que estava buscando maneiras de investir no combate ao crime na cidade.

O envio faz parte do esforço mais amplo de Trump para expandir sua campanha contra o crime em todo o país e marcaria a primeira ação desse tipo em um estado republicano, num momento em que o presidente tem enfrentado crescente escrutínio por seu foco em cidades lideradas por democratas.

Republicanos do Tennessee, incluindo o governador Bill Lee, receberam a notícia com entusiasmo, e Lee disse na sexta-feira (12) que estava em contato com Trump para desenvolver um plano de combate ao crime na cidade.

O que deve ser enviado a Memphis?

O anúncio do envio de tropas para Memphis vem após semanas de especulação de que Chicago seria a próxima cidade a ser alvo da administração Trump. Mas os planos do presidente americano foram adiados após conselheiros alertarem que enviar tropas para ajudar na aplicação da lei local, sem o apoio do governador do estado, poderia gerar complicações legais que eles querem evitar, segundo fontes familiarizadas com o assunto contaram à CNN.

O prefeito Young disse que o anúncio televisionado de Trump na Fox News foi a primeira confirmação definitiva que ele teve sobre os planos de enviar a Guarda Nacional para sua cidade.

Young contou à CNN que soube que a ideia estava em consideração quando o escritório do governador republicano Bill Lee o informou no início da semana. O prefeito democrata disse que vinha conversando com o gabinete do governador sobre a possibilidade de aumentar a presença das forças policiais por meio de várias agências federais.

Embora muitos detalhes da operação ainda estejam sendo finalizados, esperava-se que as primeiras tropas fossem enviadas já nesta semana.

Young disse à CNN que espera mais detalhes esta semana, incluindo o número de tropas, a data de chegada e suas funções. Ele sugeriu que a Guarda Nacional poderia ajudar no controle de trânsito em grandes eventos, monitoramento de câmeras de vigilância ou em esforços de “embelezamento” dos bairros.

Repressão ao crime nas ruas da cidade do Tennessee

Um funcionário da Casa Branca disse que a decisão do presidente de enviar tropas da Guarda Nacional para Memphis foi motivada pelo crime.

“Em 2024, Memphis teve a maior taxa de crimes violentos, a maior taxa de crimes contra a propriedade e a terceira maior taxa de homicídios nos EUA. (Trump) quer tornar todas as cidades da América seguras novamente, e é ótimo que os agentes locais em Memphis estejam acolhendo sua ajuda,” disse o funcionário da Casa Branca.

Poucos dias antes do anúncio de Trump, a polícia de Memphis havia reportado progressos significativos, com quedas em todas as principais categorias de crime nos primeiros oito meses de 2025 em comparação com o mesmo período dos anos anteriores. O crime geral atingiu o nível mais baixo em 25 anos, e os homicídios, o nível mais baixo em seis anos, informou a polícia.

Líderes locais têm pedido ao governador que reconsidere a iniciativa do presidente de enviar tropas da Guarda Nacional para a cidade. Lee Harris, prefeito do Condado de Shelby — onde Memphis está localizada — chamou o envio de uma ameaça à democracia, e membros do conselho municipal pedem a restauração do financiamento federal para programas de prevenção à violência em vez de uma presença militar.

O deputado estadual Justin J. Pearson, cujo distrito inclui partes de Memphis e do Condado de Shelby, disse na segunda-feira que “não está sendo estendido tapete vermelho” para a Guarda Nacional.

“Uma ocupação militarizada da nossa cidade não é a solução para os problemas que temos,” afirmou Pearson em uma coletiva de imprensa do Partido Democrata do Condado de Shelby, na prefeitura de Memphis.

“O que precisamos é erradicar a pobreza, não uma ocupação militar,” disse Pearson. “Então, não tragam a Guarda Nacional. Dêem-nos os recursos que precisamos para o nosso povo, para a nossa cidade, para o nosso condado.”

Young lembrou de uma ocasião anterior em que a Guarda Nacional foi enviada a Memphis, em 1968, após o assassinato de Martin Luther King Jr. A Guarda Nacional também esteve em Memphis em 1978, após greves dos sindicatos da polícia e dos bombeiros.

“Não queremos evocar essas mesmas imagens aqui,” disse Young à CNN, referindo-se ao envio de 1968.

Envios da Guarda Nacional

Desde que enviou a Guarda Nacional para Los Angeles em junho e para Washington, DC, no mês passado, a administração Trump ameaçou enviar tropas para várias outras cidades lideradas por democratas, como Baltimore e Portland.

A decisão de Trump de assumir o controle federal sobre a força policial de Washington e enviar a Guarda Nacional para patrulhar a capital marcou uma medida sem precedentes, que ele afirmou ser necessária para combater o crime. No entanto, críticos a chamaram de uma “apropriação perigosa de poder”.

Embora o crime tenha diminuído em Washington, DC, durante a emergência federal, não é verdade que “não há crime”, como Trump repetidamente afirmou.

A autoridade do presidente sobre a Guarda Nacional e a polícia de DC decorre do status federal da cidade, mas seu poder não se estende aos estados.

As tentativas anteriores de Trump de enviar a Guarda Nacional enfrentaram desafios legais. Em junho, ele enviou 2.000 soldados da Guarda da Califórnia para Los Angeles contra a vontade do governador Gavin Newsom, citando protestos contra operações agressivas de imigração.

Newsom levou a decisão à justiça, onde um juiz federal considerou o envio ilegal. A administração disse que recorrerá da decisão.

 

*Donald Judd, Betsy Klein, Chris Isidore, Marshall Cohen, Wesley Bruer, Jason Morris, Chris Boyette e Andy Rose, da CNN, contribuíram para esta reportagem.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br

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